Conhecido por seu visual pop sertanejo e por colecionar sucessos como Meteoro e Amar Não é Pecado, Luan Santana, de 21 anos, acaba de lançar o CD Quando Chega a Noite (Som Livre, R$ 19,90). Quinto álbum de uma carreira que ascendeu rapidamente, o trabalho é considerado pelo próprio cantor, nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o mais maduro e romântico da discografia. Luan participou da composição de sete das 17 faixas. “Nunca coloquei CD meu para ouvir no carro. Esse eu coloco. Gosto de ouvi-lo”, diz. Ao JT, ele garante que não se arrepende de ter começado cedo na carreira e que está aproveitando a vida de solteiro.
Como você define seu novo disco?
- É o CD que tem mais a minha cara. Eu meio que vi a necessidade disso, até para a galera conhecer um pouco o que eu penso. Porque as composições acabam refletindo um pouco o que eu sou. Mudei muito desde o começo da carreira e considero este CD muito mais amadurecido do que os outros. Acho que o jeito de falar de amor está mais profundo. A carreira faz isso com a gente e isso acaba refletindo nas músicas.
O CD está mais romântico também. Seu estilo está se inclinando mais para o sertanejo romântico?
- Acho que sim. Sempre gostei de falar de amor, sem ser aquela coisa superficial, escrachada. Acho que você não precisa apelar.
Você já disse em entrevista que contribuiu para a mudança no jeito de vestir dos cantores sertanejos. Também acha que é responsável pela mudança na forma de cantar e no ritmo do estilo?
- Eu me considero muito responsável, sim. Até porque fui o primeiro, né? O primeiro desse sertanejo novo, o primeiro a mudar o estilo e a provar para todo mundo que o sertanejo pode ser feito solo. Acho que mudei também o jeito de fazer o sertanejo, de cantar. O sertanejo ficou mais acelerado. A gente conseguiu levar para os universitários, para a galera que antes, talvez, tivesse um pouco de preconceito com o estilo, que dizia que sertanejo era coisa do campo. E hoje a gente vê que as baladas que mais bombam em São Paulo e nas grandes cidades são sertanejas.
Então, acha que os novos cantores sertanejos têm um pouquinho de você? Como é ser referência? É muito cobrado por isso?
- A cobrança pelo fato de ser referência não me preocupa. Porque tudo aconteceu de forma natural. Comecei a me vestir diferente porque eu gostava de me vestir assim e não me importava dos outros falarem que sertanejo tinha de cantar de bota e chapéu. Nunca achei isso. No começo, as pessoas me diziam que o que eu fazia não era sertanejo, que era pop demais e que não ia dar certo. Hoje em dia, todo mundo faz igual.
- Você assinou contrato com a 9ine, empresa do Ronaldo Fenômeno, para cuidar da sua imagem. O que você espera dela?
- Fiquei muito honrado por ter sido o primeiro artista convidado pela 9ine. Antes, ela só trabalhava com atletas. Sou fanzaço do Ronaldo e conhecer ele foi muito legal. Estou esperando render frutos maravilhosos. Já estamos com algumas marcas, encaminhando nesse negócio de comercial, de patrocínio. E tem o filme, que é o principal projeto.
- Não vai ser documentário e não vai ser ficção. Vai mostrar os bastidores de um grande show, mesclando com o começo de carreira. Aquela época em que eu estava procurando o meu lugar. A previsão é que estreie em janeiro de 2013.
- O primeiro show que fiz foi com 15 anos por causa da música Falando Sério.
- Não, é Meteoro. Falando Sério foi a primeira, mas tocou só nos carros de Campo Grande. Ela foi a responsável por eu começar a fazer shows, mas a Meteoro foi a música que me mostrou para o Brasil.
- Quando falo que não fico pensando nisso é porque não fico pensando, mesmo. Não sei te responder do que sinto falta. No momento, tenho na minha cabeça que estou fazendo aquilo que eu sempre quis. Então, estou querendo dar o meu melhor. Não fico pensando no que ficou para trás e também não quero voltar no tempo.
- Não, é mais fácil. Mas é muito difícil a gente saber quem está do lado da gente porque gosta da gente. Eu me preocupo em saber o que a garota quer. Se eu sei que a menina é interesseira, sou mais interesseiro do que ela. Se ela está se aproveitando de mim, então, vou me aproveitar o dobro.
- Não. É porque me considero muito novo para me prender em alguém. Estou curtindo muito.
- Lógico que tem de ficar em casa me esperando. Não acho antiquado. Meu negócio é assim. Ou namora do meu jeito ou não namora.
- Acho que tem coisa mais chata que isso. Como ter compromisso toda hora e não poder fazer o que você quer naquele momento.
- Agora? Eu queria estar lá na minha chácara, pescando, andando de jet ski e de boa.
- Eu gosto. Quem viveu junto comigo também gosta porque sabe o quanto lutei para os outros tirarem fotos e pedirem autógrafo. Se não tivesse conseguido, o Zorra Total não estaria me imitando.
- Quero muito fazer. Acho que eu faria Biologia porque gosto de bicho e de mato. Marquei para fazer o vestibular quando estava no último ano do colégio, mas, no dia, tinha um show. Tive de escolher um ou outro. Aí, deixei quieto o vestibular.
- Você sempre foi um bom aluno?
- Sempre tirei notas boas. Nunca fiquei de recuperação.
- Foi difícil. Eu perdia prova e aula demais. Tinha um projeto, quando estava no terceiro ano, que era de fazer shows nas escolas de Campo Grande. Então, no meio da minha aula, meu empresário ia me buscar. Sem contar os shows que eram em outras cidades.
- É lógico que sinto saudade deles, mas estou há muito tempo viajando. Sempre que posso, estou falando com minha mãe por telefone e com meu pai. Já me acostumei.
- Todo mundo é responsável pelo crescimento da música sertaneja. Acho que não tem essa concorrência. Está todo mundo junto. Por isso que são tantas duplas, tantas participações especiais nos CDs. É isso que faz com que o sertanejo seja o estilo musical mais popular do Brasil.
- Boa pergunta. Também não sei. É mais a imprensa que faz isso. Essa tal rixa deve render muita notícia. Sempre fui muito amigo do Gusttavo. Ele é parceiro demais e eu o admiro muito.
Fonte: Jornal da Tarde - créditos: Planeta Santana! ® www.planetasantana.com.br